domingo, 3 de novembro de 2013

PSORÍASE

Acorda todo dia às 5:00 da matina
Nunca foge ao ritual, banho, arrumação e café na lanchonete da esquina
Caminha incomodado com certa escamação cobrindo suas mãos,
"Isso Passa!" pensou rápido, terminando o pensamento na exclamação

Trabalho, rotina e alguns porres homéricos!
Passaram-se dias, e num presente esquecido da cama não se levantou
A ressaca não era tanta pra isso, mas sua imobilidade o assustou.

A antiga escamação já o cobria até o pescoço
Sua pele ardia como se estivesse em brasa eterna
A dor foi tão forte que no ápice dela já não sentia nada.
Ele se acostumou, tudo indolor, toda escamação lhe cobria por completo
Levantou, esqueceu do susto e voltou logo para seu 'Script'

A escamação que lhe cobria era a rotina,
A dor um sinal para diagnosticá-la e não para se entregar
Não tirou a pele morta para se libertar
Pelo contrário a simbiose vez dele tão morto quanto ela!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dante e o tempo

   Caminhando sob o céu estrelado e um pouco nebuloso, Dante segue o curso de seu lar, estripado pela rotina ele segue seu caminho de sempre. Arrastado, sobe as escadas lentamente ( 2 andares quase eternos ), entra no seu apartamento e eviscerado caminha para sua cama. Cama maldita que  virou seu caixão do qual é ressuscitado pelos malditos costumes e automatismos do dia-a-dia. Sua cabeceira é sua lápide, seu epitáfio!? AQUI JAZ ALGUÉM, MAS QUEM?  Toda aquela calmaria da noite, todo o silêncio acabou se tornando seu réquiem ....

   Desaba, cai em sono profundo, como em uma imagem psicodélica se vê dentro de um fantástico sonho. Logo, percebe a sua frente uma figura que não lhe é estranha, figura esta cujo físico é como uma ampulheta. Analisou bem e intrigado começou a cv com esta figura:

- Que bosta de sonho é esse que não há peitos e sim ampulhetas? Vociferou Dante.
   A ampulheta assim lhe retrucou:” - Dante sou eu, me chamo Tempo, sempre passei por vc de forma despercebida. Você n se incomodava seu filho da puta, de sempre passar e nunca abrir os olhos para mim?”

Sentiu um calafrio, as pernas de Dante estavam trêmulas pois, o que o incomodava ha dias era a idéia recorrente de querer que essa safada chamada tempo voltasse para que ele se apercebesse melhor dela.  Toda a beleza que deixou de ver, todo conteúdo que não pode se apoderar, cada sinal ignorado que poderia ter levado à uma harmoniosa convivência

. Transtornado olha pra ela e diz finalmente:

- Tempo por favor volte, pago tudo e faço de tudo pra tê-la novamente!
Ela olha toda essa súplica jocosa, ri por dentro desse otário, mas ainda sim passa para Dante a seguinte mensagem:

- Dante, voltar não posso, e "valor" jamais irei ter, inexorável sou e sempre serei. Contudo, estarei sempre com você. Sempre que olhar no espelho e ver sua imagem você irá me ver,  em cada covardia, em cada bravura, cada decisão tomada e também quando omitida. Se me perder você também irá se perder! Para me conquistar ande comigo e me entenda, nesse momento deixarei e ser o prazer momentâneo de uma foda e serei seu amor pra vida toda! Abrace essa mensagem e desde já te digo Adeus!


Em seguida como em um piscar de olhos Dante acorda no meio da madrugada, imaginando que sonho louco, mas intrigante. Olhou pela janela o véu de estrelas cobrindo a cidade e sentiu-se leve e em paz e nesse momento se deu conta que o tempo não é pra se possuir, e nem para apenas controlá-lo, e sim, entendê-lo pra se entender, pois ele que faz tudo acontecer e tudo se ordenar. Agora não era mais um eviscerado e estripado pela rotina, Dante agora se permitiu conceder uma chance a si mesmo para recomeçar. Deitou e não pensou mais que voltaria para rotina, dormiu feliz sentindo que ao amanhecer estará de volta para vida! 

sábado, 17 de agosto de 2013

O Tom da Vida

Seus olhos ébrios fixam em um ponto,
Toda sobriedade da beleza do mundo deixa-o admirado.
Será os caminhos da vida lineares como uma prosa ou rítmicos como um conto?
Nós dedilhamos o tom da vida, e acompanhamos o pêndulo do tempo.

Mortais que só se entendem na finitude
Não somos objetivos e sim caminhos,
Tortuosos, longos, ásperos e ainda buscamos a plenitude.

Amigos, família, que no fim era o que sempre buscamos
O fim é o começo, mas não é igual começar pelo fim.
Não escutamos nós mesmos por que não falamos com estranhos!

Somos estrelas, próximos mas muito distantes
Possuímos brilho próprio por menor que seja.
Devemos fazer da estrela uma supernova
Ser a inspiração de um bem maior
E o filtro dos erros futuros
Sentado em um bar são só palavras
Mas, contamos com os sóbrios!

domingo, 14 de julho de 2013

Minha Mente, Minha Casa

Busca refúgio em sua mente
Lar de batalhas épicas entre o moral e imoral
Onde a águia enfrenta a sorrateira serpente
Anda cuidadosamente para não cair em buracos existenciais

Era seu harmônico e pacífico lar
Lugar onde se refugiava na beleza da furiosa solidão
Agora, é invadido por uma era de incertezas;
Sofrimento, corte fundo no espírito,
Dor dilacerante fazendo-o sentir o existir

Quem sou ou o que me tornei?
No fim serei só aquela carcaça inanimada
Não quero piedade dos filhos da puta
Serei somente o eterno fim dos constantes recomeços

domingo, 30 de junho de 2013

Vida Vadia

Vida, ah doce vida!
Venha com toda força
Se abra com todas suas possibilidades
Vou fodê-la, sim sua vida vadia
Você é uma puta, mas não pagarei o preço por regaça-la!

Sua doce gentileza embriaga os sentidos
Sou seu cigarro que a cada decisão tragada vira cinzas
Sim vida vadia, sou o gole ardente de Whisky
Passo por você repentinamente e te deixo com gosto do vício.

Sim vida vadia, um dia deixarei o calor de suas pernas
Não pagarei e não voltarei
Com você tive momentos de rei
Agora te deixo para posteridade
Saio, volto a pertencer à escuridão
E você vida vadia, fique e dê prazer aos muitos que virão!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Existir de um Natimorto

Divagando pelas ruas, busca isolamento
As ruas estão povoadas de vazio
Contempla a cinzenta paisagem,
É um ponto insignificante em uma realidade inebriante

Um ser podre onde pairam nuvens negras
Moscas zombeteiam sua carcaça inanimada
Eviscerado, no chão jaz todo seu interior pútrido
Vai se desfazendo, mas nunca perdendo consciência de si

Quando o último fio desintegra, acorda,
Suor frio, ofegante e ainda existindo.
Sem grandes sonhos, sem grandes metas
Não quer seguir a cartilha do "Como Viver"
Quer apenas a vadia solidão, e a possui...
Só e somente só. Um estouro, Mais um merda descendo em espiral
Se perdendo no seu fétido esgoto existencial.

Quem se importa? Alguém sabe sua identidade?
Sabem que teve um rosto?
O que se foi não viveu, só existiu.
Passou despercebido. E assim foi a existência de um natimorto!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Mil Facetas de "Um"

Falsas aparências, mil facetas de 'um'
Face para o ambiente familiar
Face diferente para o trabalho suportar
Face utilizada para na realidade se encaixar
Face que se molde à sua ideia de amar
Face de santo para sua alma sacra se mostrar
Face demoníaca para da sua ira se libertar
Face bondosa para seu altruísmo se revelar
Face egocêntrica para apenas ao amor próprio dedicar

Algumas pessoas são todos em um
Outros, 'um' em todos
Mil facetas de 'um', ou 'um' de mil facetas?

Seremos para sempre nós, ou viveremos apenas a parte conveniente?
Não viva com mil facetas, não crie face conveniente para realidade,
Seja você todos os dias, seus princípios, seja sua vontade!

Quem tenta ser todos não é ninguém
Quem de mil facetas vive, mil vezes morrerá sem saber quem ou o que é!

A Escultura Surreal Chamada "EU"

Caminhando sobre os jardins secretos da sua alma,
Vê que muitas relações são como as plantas desse mundo interno
Florescem de forma magnífica e até inexplicável
Mas, desaparecem tão rápido quanto apareceram

Então toda aquela paisagem fantástica se dissolve,
Só consegue ver a apatia que tudo se tornou
Mais uma vez, a vontade e esperança de que seria compreendido se incendeia,
Tudo  a volta fica imerso em chamas da desilusão

Internamente queima como um maldito,
Mas não pode se refugiar para sempre nem fugir  de tudo
Só ele mesmo tem a chave para sua felicidade
Escuridão, raiva e dor
O que é a vida senão equilíbrio entre a sobriedade e o torpor?

Abre os olhos e precisa de refazer e recompor,
Não mais com os mesmos sentimentos internos,
Estes já não ardem mais, putrefará.
Então percebe que a realidade existe e sempre existirá
Logo só resta se reinventar e para o novo terá de caminhar.
Pois o passado não pode ser o freio do futuro

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O Sonho Petrificado de Ser Você

Com o tempo os sonhos petrificam
Viram só enfeites na sala do subconsciente
Esculturas belas ocupando uma paisagem mórbida
Do existir sem propósito

Sente uma vida estraçalhada
Perde em si procurando um sentido
Sua janela existencial só dá vazão para um horizonte indecifrável
Para onde ir? o que fazer? qual "eu" me tornei?

Precisa seguir em frente
Novos passados para existir a partir de novos presentes
Logo, recolhe todo resto de material onírico que restou.
Se refazer a partir de velhos sonhos,
Tornar-se criança, a roda que gira por si mesma.
Um recomeço, e não ser aquilo que abominava: "Ser todos, menos você!"


domingo, 17 de março de 2013

Em Um Dia Mórbido

"Em uma manha ensolarada faz um calor extremo
Contradizendo com a alma gélida do indivíduo
Seus olhos demonstram a morbidez do seu dia

O sol por mais brilhante que se apresente,
Não é a luz necessária para aniquilar trevas internas
Cada alvorecer é o prelúdio de uma vida harmonicamente distorcida

São só palavras que apesar de abstratas carregam todo o peso da sinceridade
Estas palavras são tudo o que tenho
Palavras que um dia alguém me ajudará a decifrar"

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Sombra de Quem um Dia Pensava Ser

"Perdido em um vazio ensurdecedor
Você se sente quebrado
Seus desejos são amputados e você segue em frente
Mas amparado pelas muletas da piedade

Se perguntando, quem é você?
Sou o mesmo que deseja tanto a tempos atrás?

Não mesmo! Agora faz parte de um mundo que tanto criticou e ignorou
Mas, sem perceber vive na realidade em uma simbiose
Pois se sustenta e vive com parâmetros que tanto amaldiçoou

Será que a criança que um dia foi teria orgulho do que você é hoje?

Não mesmo! No decorrer do tempo esquecemos o que desejamos
E nos tornamos carrascos dos nossos anseios.
Somos ditadores das nossas vontades e você quer mudar
Mas não pode até segunda ordem!

Estagnado deixamos o vento do destino
conduzir todo nosso caminho, cada segundo, pouco a pouco
Será que estou louco?

Penso que a loucura seja um mal necessário à modernidade
Onde uma alma cheia de pudores é alguém fadado a conformidade
Porque não deixamos de ser um retalho de vontades e passamos a costurar nosso próprio caminho?

Toda essa merda terá sentido no dia em que,
Esse que critica deixe de fazê-lo e aja
vivendo da maneira que projetou
E não da forma que esperam que proceda

Não sou um cara bom afinal das contas
Mas tento ser algo que não se arrependa de ser eu mesmo por eu mesmo
Porque se isto ocorrer não estarei vivendo
Apenas existindo como sombra do que um dia pensava ser."



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A Felicidade, o "eu" e o Benefício da Dúvida

"A felicidade sempre destinada a algo ou alguém
Mas, no fim não há nada, apenas você, um tal ninguém.
Ser feliz, que grande ideal que todos 'Caçam"!

No fim somos só poeira e ossos
Onde esse ideal encaixa?
Ser feliz não é possuir, mas como possuir.

Posse no sentido de pagar todo mês com sentimento verdadeiro,
Você aluga sua alma para alguém pagar com algo mais valioso que dinheiro,
O sentimento humano verdadeiro, amor em comunhão com a amizade.

O pouco é muito e o muito é pouco
Somos pura matéria, mas, a pressão da sociedade
Faz de todos retalhos de vontades,
Somos desagregados do nosso núcleo
Pairamos freneticamente buscando novas ligações, mais obrigatórias do que convenientes

No final vivemos sem saber o que somos
Nada mau, porque a vida não é uma corrente imutável de verdades
Mas sim, um lugar onde a dúvida faz com que todos vivam tentando
Pois, onde está a duvida está a liberdade."

As Verdadeiras Luzes que Acobertam a Escuridão

"Em um mundo assombrado por demônios interiores
Ninguém sabe o que é viver na sombra da incerteza
Minha consciência me ferra e me entrego a dúvida do amanhã

Sempre procurando significado quando a resposta esta ao lado.
A vida vai se esvaindo em um espiral de merda
Posso não ser o bastante para essa bosta de mundo,
Mas em um dia, um gesto, uma raiva contida e um choro,
Fez perceber o que realmente é amar alguém

Com mão de ferro selo meu amanhã
Este que nasce com uma nova vontade de viver
Pois, percebo que por mais que o dia seja sombrio,
Por mais que, a escuridão me atraia,
Nada me fará apostar numa vida em vão.
Percebo que não posso ser o melhor cara
Mas, quando olho minha vida eles me levam à alguma luz
Essa luz e os "eles" tem nome, é a "Família", que ao caminho certo eu sei que me conduz."