sexta-feira, 11 de maio de 2018

DEMÊNCIA

Diante do precipício, precipito
O fundo é acolhedor para uma alma rasa
O pensar me leva ao infinito mas, só realizo o finito
Peito gelado, corpo extasiado e sonhos queimando como brasa

Despido do irreal, padeço pouco a pouco com o real
Carcomido e podre me sinto; Eu "Sou" e não minto
Cada olhar traz sinopses de vidas que não são em nada casual
São só seres e mais seres vivendo o trivial, em seu particular labirinto.

O céu é uma promessa e o inferno um castigo
Cada um no seu submundo abraçado ao seu demônio
Falsas boas ações que esperamos delas recompensas, tal qual um mendigo
Não somos nós mesmos, adoramos viver sob heterônimos

O vento conduzirá estes cabelos grisalhos
Arrependimentos de uma vida sem vontade de potência
A  Árvore da vida irá secar, fecharei os olhos com o cair do último galho
No fim, a vida não será só um perpétuo estado de iminência!?