domingo, 4 de setembro de 2016

SILENCIOSA LUCIDEZ


Realidade de incautos e soberbos
Mundo pós-apocalíptico findando sob os ermos do medo
Individual, antissocial, falha estrutural
Não mais pesa sob seus ombros o bem e o mal

Não beija mais ninguém, abaixo de um pé de amora
Relações dissolúveis, muito diferente de outrora
Morte lenta, vida lenta, o vento não ouve mais seus suspiros
Esta aí, monte de bosta, mudo, surdo e o mundo ainda no giro

Quase meia noite, a escuridão e as trevas te abraçam
Deus e o Diabo se beijam loucamente em sua mente
Julgamentos sob suspeita, o mundo, eles não mais te agradam
Os profetas ditaram a vida dos tolos, hoje é tudo uma realidade de inconsequentes

Amanha nessa mesa irei chorar, mas não haverá ouvidos
Os portões do destino estão lacrados, jogaram a chave no futuro
Pobres infelizes e malditas existências; da vida só se ouve zumbidos
Decomponha-se realidade... na silenciosa lucidez agora durmo...