domingo, 12 de agosto de 2018

DANIEL E MATEUS

Coberto pelo manto da solidão tudo era sombra
Fadado ao esquecimento sem um ar para aspirar
Veio você Mateus, meu último suspiro
Um sorriso puro de uma alma pura, minha vida a buscar

Nada era como costumava ser até você
Princípio do meu destino, amor do início ao infinito
Por você eu luto, morro, vivo e mato...
Mato a solidão, meu ser de luz, entre a vida e a morte meu hiato

Você meu filho, é uma fantasia, não acredito que seja real
A pureza corre em você, doce flor de dezembro
Sou falho, mas te amo até o fim dos tempos
Seu pai, seu maior fã, desde a barriga reelembro

Isso não é um poema, é uma declaração de amor
Meu filho lindo, seja você até o fim
Por quê ser único é uma dádiva
Seja ambicioso para ser tudo o que poder ser

Cultive o amor, seja bom e sincero
A vida vai te foder, levanta-te e surre-a
A vida não merece seu subordinamento
E ame, ame quem te quer bem, meu filho, meu herói

Se torne amor, esse sentimento é tudo
Nas sombras de uma noite ruim, a luz está em você
Sua alma é a coisa mais valiosa que terá
No imundo mundo, uma mente livre é o poder!

TE AMO!

sexta-feira, 11 de maio de 2018

DEMÊNCIA

Diante do precipício, precipito
O fundo é acolhedor para uma alma rasa
O pensar me leva ao infinito mas, só realizo o finito
Peito gelado, corpo extasiado e sonhos queimando como brasa

Despido do irreal, padeço pouco a pouco com o real
Carcomido e podre me sinto; Eu "Sou" e não minto
Cada olhar traz sinopses de vidas que não são em nada casual
São só seres e mais seres vivendo o trivial, em seu particular labirinto.

O céu é uma promessa e o inferno um castigo
Cada um no seu submundo abraçado ao seu demônio
Falsas boas ações que esperamos delas recompensas, tal qual um mendigo
Não somos nós mesmos, adoramos viver sob heterônimos

O vento conduzirá estes cabelos grisalhos
Arrependimentos de uma vida sem vontade de potência
A  Árvore da vida irá secar, fecharei os olhos com o cair do último galho
No fim, a vida não será só um perpétuo estado de iminência!?

sábado, 17 de março de 2018

Não Sei


Prorroga-se o inevitável nos breves gozos que permeiam o existir. A vida inexorável como é, se reduz na simplicidade mórbida das poeiras e ossos em que repousam toda finita criatura humana. Em meio a névoa, sem rumo caminhamos pelo purgatório do viver e a libação do espírito é a vaidade que infla o ego. 

OÁSIS!

     
A Constância de ser autêntico ao seu "eu" exige equilíbrio. A ponderação ante questões que colocam à prova nosso arbítrio mostra, a fortaleza de suas convicções. O mundo moderno contribui cada vez mais para a despersonalização do indivíduo e construção de padrões comportamentais que sugere uma maior facilidade de manipulação em todos campos do pensamento.
Não há dúvidas que a rotina aprisiona toda potencialidade do nosso vir a ser. A comodidade não propulsiona a mecânica de movimento da busca incessante por sentidos. Toda vida carece as vezes de sentidos mas, de motivos estamos repletos. Motivos para fazer tudo, mas um tudo que nas entranhas se torna incompreensivo.
Poderia estar errado ou certo, vindo de mim, ser incerto. Nas esquinas e nos olhares de realidades que me encaram, penso eu, se não sou um louco, paranoico e pessimista indivíduo que indignado com seus devaneios culpa a realidade e alguns seres. E se no real, eu Daniel, não for nada mais que nada; pensamentos tais como uma miragem na busca de um falso Oásis?

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

PEDAÇOS


Entre os belos e imundos espíritos encontra-se "eu" pedaço indivisível do nada, abraçado a um todo que no real decai em cacos de um maldito mosaico existencial. A vontade de ser se mistura com o que "sou" e fico distante do que seria. Circundando à beira do buraco negro do esquecimento, cada piscar de olhos registra o breve atrás das retinas e grava no consciente, o eterno!

OLHOS DE LUAR


      Olho longamente no espelho o reflexo de alguém estranho, estranho a mim mesmo. Parece que não há sequer um ouvido para suas frases e pensamentos, ninguém consegue compreender sua agonia em existir. Na clara noite de luar sua mente processa reflexões de um passado certo e de um incerto presente. A luta contra o seu maldito inferno pessoal começa, esquivando dos desvarios mentais do "Ah se eu tivesse ..." Não trato o isolamento como algo prejudicial ou de atitude de gente esquisita, pelo contrário, a sua presença quando entendida se torna sublime. Somos nossa melhor companhia. Procurar, encontrar e entender seu "eu" interior é raro por que tal exercício dói, incomoda e parecer por vezes infrutífero. O outro é parte primordial do "eu" pois, nos olhos do próximos nos vemos em nossa finitude mas, esse "outro" é apenas uma ponte para seu auto conhecimento.