Talvez estou louco ou somente abstinente
Sinto-me fora do lugar, diferente, não deprimente.
Melancólico! Frustrações trepam com meus desejos alcoólicos.
Parida está a realidade imutável, com anseios de um ser
bucólico.
Inexisto sem sonhos, e agora? Qual nome darei aos demônios?
Medo? Angústia? Raiva? Dor? Não! Eles sempre existem com ou
sem mentor.
Pela cidade consciências se esbarram sem nunca saber o que
ali residia
Um bêbado? Um vagabundo? Uma puta? Um suicida? Apenas
pessoas em sintonia
Olhos não atravessam o espírito, palavras apenas pistas da
personalidade
O que sou ainda? Um paradigma? Uma estatística? Estou sem
rótulo apesar da mocidade
Mentira! Apenas um ser comum, sem grandes sonhos “rumando”
pra lugar nenhum
É crepúsculo, em Dostoiévski, apenas vivendo o sonho de um
homem ridículo!