sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

PEDAÇOS


Entre os belos e imundos espíritos encontra-se "eu" pedaço indivisível do nada, abraçado a um todo que no real decai em cacos de um maldito mosaico existencial. A vontade de ser se mistura com o que "sou" e fico distante do que seria. Circundando à beira do buraco negro do esquecimento, cada piscar de olhos registra o breve atrás das retinas e grava no consciente, o eterno!

OLHOS DE LUAR


      Olho longamente no espelho o reflexo de alguém estranho, estranho a mim mesmo. Parece que não há sequer um ouvido para suas frases e pensamentos, ninguém consegue compreender sua agonia em existir. Na clara noite de luar sua mente processa reflexões de um passado certo e de um incerto presente. A luta contra o seu maldito inferno pessoal começa, esquivando dos desvarios mentais do "Ah se eu tivesse ..." Não trato o isolamento como algo prejudicial ou de atitude de gente esquisita, pelo contrário, a sua presença quando entendida se torna sublime. Somos nossa melhor companhia. Procurar, encontrar e entender seu "eu" interior é raro por que tal exercício dói, incomoda e parecer por vezes infrutífero. O outro é parte primordial do "eu" pois, nos olhos do próximos nos vemos em nossa finitude mas, esse "outro" é apenas uma ponte para seu auto conhecimento.