quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O Mito Do Sertão

Deméter perdeu sua filha para Hades
Hélio extasiado, a noticia espalhou até Zeus
O que será da humanidade sem tu Deméter
Deus dos deuses dê providência, lá ela não ficará

Provado a romã, Perséfone por Hades se encantará
A terra estéril suplica pela mãe em luto
Deméter grita, volte Perséfone!
Um acordo entre os Deuses acontecerá

Cada primavera ela há de retornar
Para ao chão semear aquilo que Hades um dia ousou roubar
Mas enfeitiçada, pro mundo não retornará
Acordado que de tempos em tempos da terra ela ressurgirá

Sua vinda gera a primavera a mais bela das estações
Aqui no sertão não vemos tua presença doce ninfa
Você é tragada antes de tocar o cerrado
Tudo é inerte e seco, volte mais uma vez Perséfone

A realidade se rompe em suas emendas
A realidade brilha diante da trevorosa seca
Pesadelos e sonhos contemplam o céu limpo
Confusão será nosso epitáfio

Aqui enterramos sonhos e esperanças, e amanhã iremos chorar
Porque se os deuses não nos ouvem, nossas lágrimas enxugarão a terra
E quando nossa ultima lágrima secar flores crescerão e rios iram transbordar
Não há profetas aqui, há esperança e fé
E o instrumento da fé irá romper a desgraça estéril!

sábado, 11 de novembro de 2017

Ei!



Ei você deitado aí, vislumbrando sua parede vazia
Aquele solo de guitarra rompe seu peito, uma respiração funda
O universo é imerso em mistérios e dele nada sabemos
Nossa alma outro mistério, mas mergulhando nela a desvendaremos

Então se quiser chorar, chore meu amigo, desabafe
As lágrimas contem um peso que precisa ser liberto
Abrace quem precisa ser abraçado, e ame
Somos vozes nulas sem ouvidos para contar

Seu inferno, é sua glória, a mudança surge de ti
Aquela parede de estrelas começará a ter sentido
Você é o que você alimenta, demônios ou anjos
Não dê adeus ao belo céu azul

Sempre haverá alguém que precise de você
Não dê ouvidos a filhos da puta, nesse mundo há muitos
Não deixe que palavras lhe torturem e pessoas lhe subjuguem
Não deixe ser tarde demais para se reerguer de tua ruína

Ei você, o que fará de hoje em diante?
irá rir como uma hiena das futilidades, viverá no ócio?
Largue de ser um boçal puto, olhe ao seu redor e vá viver
Estamos condenados à vida, mas aquela parte é você que escolhe.... sofrer!