sábado, 15 de dezembro de 2012

Anátema do Amor



"O medo é o anátema do amor
algemas que deixam contidos seus sentimentos
a ideia de rejeição o domina por completo
e logo, sem motivos projeta-se no final como um ser abjeto

Só queria ser aceito e achar uma resposta pra sua alma em dúvida e pesar
Um coração tão vazio quanto o seu, que pudesse entrar e chamar de lar
Onde se aqueceriam no frio, dividiram alvoreceres e crepúsculos.
Mas quando cai em si, percebe que esta preso não na vontade de amar, mas no ideal do amor".


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Solidão, Vazio e um Desconhecido Chamado Tempo

"Seus Olhos percorrem a vastidão do universo coberto de estrelas
Um vazio é sentido e tudo antes contemplado nos céus desabam vertiginosamente
O experimento de sentimentos passageiros fazem do brilho de um curto momento transformar-se em um tom fosco.

O dia amanhece, solidão ainda permanece sentada ao seu lado.
Como o sol que nasce para trazer luz ao mundo,
O que seria a sua felicidade se faltares aqueles a quem iluminas?
Perdido em sua inquietude, você segue o dia de forma diferente do pensamento,
Pois nada escapa do fluxo inexorável do tempo. "

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Eco no Vazio Ensurdecedor

"Sentado sua alma imerge na escuridão
Fica absorto em seus pensamentos
Quer ser parte desse organismo chamado vida
Mas se sente um membro fantasma

Ele urra como um selvagem
Mas tudo ecoa em um vazio ensurdecedor
Se recolhe ao seu mundo solitário, mas,
é o único lugar em que é ele mesmo por ele mesmo

Suas pupilas se dilatam, na escuridão do ser busca luz
encontra uma faísca que ao seu interior lhe conduz
Não sabe onde assim irá chegar, e muito menos quer saber
Só que traçar seu caminho sem se perder
Uma alma com cicatrizes marcadas pelos açoites da vida."

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Garoto Nihil no Mundo do Nada


Introdução

     Com alvorecer de mais um dia como todos os outros, em uma pacata cidade (não vem ao caso o nome da cidade e sua localização porque ela não é necessária para o desenrolar dos fatos) desse imenso mundo, nasce Nihil da Silva, garoto aparentemente saudável e com disposição para encarar esse velho mundo novo.
Ele é filho de Josiel da silva e de Marlene Pereira, ambos sem familiares próximos. esta simples familia convivia bem apesar de travar ferozes batalhas com cada dia de sua existência.
     A vida nesta pacata cidade era dura, não havia meio termo, ou se era pobre ou rico e não havia linha tênue entre eles a disparidade era visível e tristemente notável. os centros comerciais eram divisores dessas populações, pois, nele se concentrava as empresas de grande e médio porte comandada por fortes empresários que utilizavam da mão de obra local para o desenvolvimento de seus negócios. estes operários ganhavam um salário que não os levariam a um lugar diferente do que estão hoje, moravam em terrenos da prefeitura pois a maioria vinha de fora, não tinham onde ficar e se instalavam nesta área. Entretanto, esta área não era disponibilizada de graça devido às taxas que a prefeitura cobrava para manutenção das precárias redes de luz e esgoto. nesta misera região vive Nihil com seu pai e sua mãe. ambos empregados de empresas do centro comercial da cidade que ganhavam miseravelmente bem pra tentar ao menos trazer certa dignidade à vida de seu filho. Do outro lado da cidade havia casa exuberantes, enormes que abrigavam os detentores de forte capital. havia pessoas de bons corações como todo lugar do mundo, mas o abismo entre essas duas classes faziam das pessoas incomunicáveis entre si.
     O dinheiro que Josiel e Marlene ganhavam ia certa quota para a Igreja da Salvação, uma pequena igreja com grandes negócios da região, comercializavam água benta, areia de Israel e mais outros artigos religiosos. os pais de nihil compareciam a esta igreja pois era lá que se esqueciam de sua decadente vida e era lá que se embriagavam de idéias e conceitos que os faziam sentir a vida mais suportável mais não menos sofrível.
Nihil cresce em meio a este conturbado mundo e vive como qualquer outra pessoa, estudando para ser algo na vida e através do dinheiro tirar seus pais dessa situação deprimente.

     Chegando sua idade e as dores do crescimento o atingindo, Nihil, chega no momento que ele mais aguardava, a chegada ao seu primeiro dia de aula na escola da comunidade chamada Escola Municipal Divina Decademcia, em homenagem à sua fundadora Maria Divina Decademte, mulher que tentou de tudo para que se crie esta escola tentando dar outra perspectiva às crianças que ali cresciam. Com a burocracia e principalmente a política daquela área, eles não gostavam muito desta idéia de produzir seres pensantes, mas como o mundo é democrático (na verdade é uma moderna aristocracia com um belo manto divinizado de democracia) tiveram que ceder as pressões. Contudo, apesar de construída o apoio não era muito, só pessoas de boa vontade faziam trabalhos voluntários para tentar ensinar as pobres pessoas daquela região, dentre as pobres pessoas estava Nihil que ingênuo como era achava esse mundo e as relações entre as pessoa de certa forma estranha e cômoda.

 
IDEIAS         

Nascemos aparentemente sem nenhum objetivo em mente, a não ser a vontade de extravasar as energias sem preocupação com o amanhã, porque nessa fase da vida, procura-se a auto-satisfação. O sol que nasce mais uma vez na montanha à nossa frente é o sinal que o tempo nunca para e não notamos essa rápida e sorrateira passagem do tempo, este que por sua vez é suave e implacável.
Cresceu em meio a diferentes metodologias de ensino, mas no fim era praticamente a mesma coisa, um turbilhão de idéias introjetadas em seu ser não como forma de fazê-lo uma pessoa melhor, não era nada mais que o plano de ensino que deveriam seguir e cumprir toda didática das diretrizes que eram incumbidas a seguir.
O ensino é defasado porque se obriga a estudar para reduzir determinado índice de analfabetismo de um povo, mas o importante não é só saber ler e escrever, é necessário ter visão crítica de mundo, do contrário seremos só objetos, seres inanimados sem viver e apenas existindo. E o que será da vida deste garoto chamado Nihil? Sentará com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar por que o meio em que vive não lhe mostra perspectivas, talvez entre para pequena porcentagem dos que esforçam e conseguem sair ilesos deste mundo em que vive, vence na vida, vira exemplo, tira seus pais da misera e muda seu mundo.
     Mas o mundo a sua volta permanece o mesmo porque na maioria das vezes é melhor deixar as marcas profundas no passado onde estão, talvez ajudar seria retorno ao passado que duramente há de se recordar. Segundo Sartre:”o importante não é o que o mundo fez de você, mas sim o que você faz com aquilo que fizeram de você”. Contudo não são todos que tem a força de mudar, pois toda escolha é uma renúncia, por isso a comodidade às vezes oferece menos risco do que os entraves de uma escolha cega, pois, para muitos o futuro é uma paisagem escura e gélida, inóspita sendo assim, o medo os consome, quando isso ocorre é necessário provocar um caos dentro de si para que este faça surgir uma luz para guiar durante esse obscuro caminho. Mesmo porque diante das escolhas há sempre o outro que as vezes se torna um obstáculo (muitas vezes necessário) para realização dos objetivos almejados.
     Viver e existir se torna algo complexo, pois seria muito fácil possuir um destino definido e determinado, com isso não teríamos que preocupar com o futuro e independente de tudo já teria um fim certo, contudo o único fim certo que possuímos é a morte o que ocorre nesse meio tempo é algo completamente diferente.
Um objeto é criado a partir de uma idéia pré-definida em mente e construído para determinado fim, como um exemplo claro é uma caneta, ela já tem sua essência definida e seu fim construído antes mesmo da concretização dela na realidade.
     O que ocorre com o ser humano é diferente pois, o nosso destino é moldado a partir das nossas escolhas no presente é a partir delas que se constrói o nosso ser, .isso aparentemente é algo óbvio mas há algo que não é dada muita importância que são as escolhas que deixamos de fazer. Muitas vezes passa a cabeça que o que deixamos de escolher pode ser um novo destino em uma realidade diferente.
     As escolhas geram dor e sofrimento, uma vez que sempre ha uma opção a ser escolhida e esta mesma opção com a possibilidade de ser renunciada que de fato não deixa de ser uma escolha. Vivemos incessantemente buscando formas de satisfazer nossas vontades, pois estas quando se fazem concretas são as materializações das nossas escolhas. Todo este momento de realização não é algo acíclico, pelo contrário obedece há um padrão que é comum a todo ser humano, pois nunca satisfazemos com o que é obtido e a tendência é sempre querer algo que pode ser mais do que o indivíduo possui ou algo diferente do que ele detenha, toda vontade que é cessada faz por si só surgir uma nova outra e assim caminha a raça humana se devorando um a um para as vezes a qualquer custo satisfazer os seus anseios. Mas quando não realizamos o objetivo almejado a vida começa a ter um sentido diferente, pois a felicidade nada mais é do que a realização das vontades e a infelicidade é o oposto.  
     Quando temos esses inúmeros momentos de decisões tudo caminha para o fim ultimo que é o desprendimento dessa vida e quando acontece isso a dor dos parentes próximos é forte, mas acabamos por ficar no esquecimento e dessa vida não levamos nada mas podemos deixar muita coisa para estas marcarem a vida das pessoa próximas a nós, e não deixando coisas materiais pois estas deterioram com o tempo, mas os sentimentos estes sim marcam em um lugar do nosso corpo que não haverá tempo que destrua.
Deveríamos todos viver em função disso, cativar as pessoas próximas a nós, sermos quem devemos ser, não ficar seguindo modas e tendências estas fazem todos serem de certa forma iguais na maneira de agir e de se portar diante do mundo. Além de tudo deixam as relações inter pessoais afetadas pois acabamos por não ser nos mesmo no dia a dia e assim nossas idéias e ideais são influenciados.
     O mundo aparentemente esta passando talvez por uma crise de identidade. Muitos podem achar ate certo ponto preocupante mas não é a primeira vez e nem vai ser a última que isso ocorre, uma vez que, tudo passa indefinidamente por épocas diferentes mas acontecimentos semelhantes, tudo passa e volta em um círculo sem fim, um exemplo claro é a crise americana que já ocorreu uma vez em 1929 eclodindo no famoso crash de 1929  e logo após este quase oitenta anos depois houve novamente a crise americana em proporções e momentos diferentes mas não deixou de ser uma crise.
    Hoje há uma crise em um ambiente que muitos negam não estar acontecendo, que é uma crise nas estruturas e nos valores da família, o acesso cada vez mais fácil hoje ao conhecimento fez todos questionarem a existência como um todo e muitas vezes o que nos é ensinado não se enquadra nesse mundo onde o homem é lobo do homem. É na família que possui as únicas pessoas a quem devemos obediência e que passem os anos que passarem são eles que devemos obedecer sempre. Foi dessa estrutura familiar que surgiu a sociedade como um todo, as leis e até a idéia da ética que nos falta hoje em dia teve sua gênese na família, pois ética vem do grego ethos que significa “morada do homem” era no seu lar que os valores eram aprendidos e assim repassado para as gerações seguintes.
     Com o passar do tempo as famílias se agruparam formando as sociedades sendo assim houve um choque de valores, com isso foi necessário criar regras universais para ordenar a coletividade, surgem as leis. Com o passar dos anos a humanidade evolui e com ela naturalmente tudo a sua volta precisou se adaptar inclusive as leis.
     As leis foram criadas para compor conflitos entre os indivíduos da sociedade, entretanto a cada dia nota-se um número excessivo de leis para ordenar as relações humanas e com isso cada vez mais as condutas humanas são limitadas na forma de agir fazendo com que todos possuam uma maneira uniforme de agir perante determinado ato. Agora indaga-se: “até que ponto os excessos de leis irão nos levar?” 

FIM

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Uma Alma que Sangra

O que restou dentro do seu "Ser"
Ele já não se lembra mais
De como costumava se parecer

Angústias circundam sua existência
tais sentimentos ele quer se desvencilhar
não há sequer uma gota de sangue
mas por dentro sua alma começa a sangrar

Lágrimas percorrem seu rosto inexpressivo
Ele começa a não sentir mais dor
Sua vida se torna mais escura que uma noite sem luar
Nesse teatro macabro da vida tudo parece em vão
Um conjunto de acontecimentos regidos pela sinfonia da destruição

Toma mais um trago antes do alvorecer
Ele se tornou seu próprio fardo
No fim se liberta como covarde
Não é mais seu próprio fardo mas,
aos próximos entregou um pior e mais pesado...
O Sofrimento.

sábado, 6 de outubro de 2012

A Força Anárquica do Acaso


muitos vivem sob a égide da força anárquica do acaso
lamentam a vida e seus paradigmas
imputando-lhe sua derrota e seu fracasso.

Mas quem regressa não realizado?
Somente você! Porque oportunidades a vida tem te dado.
Mas não as digere, apenas engole e defeca
Típico da pessoa que não é nada além do que a própria merda!

Verdade Virgem


"Suas idéias te consomem pouco a pouco
Não será tudo isso devaneios de um homem louco?
Você busca resposta onde a vida colocou um cinto de castidade
Não tem como descobrir nada sem dela tirar um pouco da sua ‘dignidade’"

O Ser e seus "egos"


Vida, sinônimo de realização e prazeres futuros
Mas em época de decadência do ser, ela tem sentido ?
Viver agora tem esse sentido de obrigação,
O ‘ser’ se torna uma auto-negação da vontade
Viver se transforma em um sinuoso labirinto
Onde o ‘eu’ só se pode ver por curtos furos na parede da existência

Ebulição interna, fúria que não corresponde ao seu belo estilo de vida
Infinitas possibilidades, vontades engolidas pelo velho monstro,
O leviatã tenta construir um projeto de alguém, mas você escapa desta sina fudida

Você engole seu ego, uma fase; o pensamento te leva ao super ego
Você se encolhe e por fim se amedronta e abraça o alter ego
Tenta fugir do seu ‘eu’, em vão por quê sempre retorna ao seu receptáculo infernal.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sinuoso Labirinto do Existir


Sob a lua meus pensamentos alcançam o infinito
aos olhos do próximo nos vemos em nossa finitude
tudo se converge em um sinuoso labirinto
ficamos perdidos neste mundo que a cada dia se ergue sob falsas virtudes

Busco em todo lugar algo para fugir desse desânimo
mas nada mais parece afugentar meus demônios
há em cada esquina um carniceiro do sofrimento humano
querendo um pedaço da sua alma com promessas vazias de um novo mundo mundano

Então travo uma colossal batalha interior onde sobrevivo
criando para cada fase da vida inúmeros objetivos
dando sentido e nome àqueles demônios
que nos enganam com o fruto dos objetivos fazendo-nos procurar mais quando ainda vivos
este ciclo não terá fim mas, apenas começos sucessivos.

JANELA DA ALMA


Os olhos são a janela da alma humana, uma velha máxima que tem em seu âmago uma verdade de certa forma incontestável, e qual seria essa tal verdade? Ela reside no fato de como somos humanos movidos pelas paixões que orientam nossa existência a fim de, em determinado ponto traduzir o objetivo maior da vivência terrena. Deixamos que o próximo atravesse essa janela da alma completando cada cômodo do seu receptáculo espiritual a fim de auxiliar em sua busca pelo sentido de muitas coisas, qual seja elas sucesso, dinheiro, felicidade, amor etc. 

Contudo, seus olhos não estão abertos só para as partes magníficas e benevolentes do próximo. Por óbvio que em um mundo onde impera o balanço dos opostos e a lógica dialética certamente o ‘ser’ esta sujeito às intenções dos que tentam impedi-lo infiltrando em sua alma e destruindo-o com sua negatividade. Todavia, estas forças não possuem poder destrutivo, mas também criativo, pois aquilo que não te destrói te fortalece. Um exemplo claro é quando se tem uma decepção amorosa, onde o companheiro(a) atravessa essa janela da alma, aquece a lareira do coração mantendo aquecido sua alma, mas muitas vezes sai de maneira que essa chama que te aquecia consome o todo restando cinzas de um passado em que, se o coração tivesse cor no momento seria um tom de cinza. Mas, quando não se sucumbe, o indivíduo apenas segue em frente com tudo que foi positivo e utiliza a parte negativa para não enfrentar mais os mesmos problemas. 

Enfim, o outro é sempre parte integrante do ser humano, nos outros enxergamos nossa finitude e nele nos completamos. Encontros e desencontros podem ter um ‘que’ de acaso mas são frutos de infinitas escolhas e renúncias que te levaram à aquele determinado momento da vida, fechar os olhos pra vida é fazer daquela antiga bela 'casa' com janelas belas em um casebre abandonado onde pelas janelas só se vê escuridão e solidão.