sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ESQUIZOFRENIA


E "ae" o que faremos agora seu decrépito fragmento do ser?
Não sei, espero que da minha vida você comece a desaparecer!
Ah! não tenha esperanças disso, não adianta orar ou por valium implorar
Apenas suma!!! preciso apenas dos meus pensamentos, 2 em 1 é inconcebível!

Estou aqui para evitar suas negações quanto a terra!
Eu não nego, apenas espero que ela não me decepe lentamente com uma serra
Mas irá seu chorume! e você não será nada sem sua cabeça
Um coração sem os freios da razão deixará que de sujos sentimentos você padeça

Então o que faço agora? onde está a luz nesse abismo?
Canalha! Não há luz aqui, nessa fossa com você abraçado ao seu niilismo
Apenas o porquê leva a luz, sua vontade de sob forças reativas não padecer
Queira o caminho do vir a ser constante, sempre um novo dia, um novo alvorecer!

Vá pros Diabos! palavras bonitas vindo de mim mesmo, contradição ambulante
Talvez seja um alerta bastardo infeliz para não passar a vida como um errante
Pra onde devo ir? o que devo fazer pra chegar onde hipoteticamente deveria ser o meu lugar?
Só você sabe conduzir tal caraça nesse sanatório que é a vida. Não pare até o final chegar


domingo, 2 de agosto de 2015

BANCO DE PRAÇA

Caminhando com breves passos o sol te ilumina
O pássaro passa rasante sem saber da tua sina
Ele senta na praça e o vento toca seu rosto áspero
Olha para o movimento das folhas e lembra de tudo que foi efêmero

Parado ali, em toda sua solitude uma estranha paz te abraça
Toda leveza e tranquilidade resumidos em um banco de praça
Lembra de tempos saudosos onde tudo era possível
Agora a realidade do tempo ataca e percebe o quanto há na vida de inverossímil

Cabisbaixo uma lágrima corre, carregando todo peso existencial
Pássaros comem o grão jogado. Porque tudo ainda parece tão trivial?
Cabelos grisalhos condenam sua idade, cada fio caído uma fração do tempo
Os olhos atacam o horizonte! Milho para os pombos seu único passatempo

Regressa ao nicho, um copo de pinga aguarda pelo trago
Aguardente queima e atinge o sistema nervoso; tranquilo e amargo
Vênus de Holst toca em sua vitrola
Os olhos lentamente se fecham, toda uma vida guardada apenas na cachola

Seu último descanso é a sete palmos do chão
Todos se abraçam em uma última comunhão
Delicioso banquete para os vermes e no fim só poeira e ossos
Aqui jaz toda ínfima importância do "ser", nada além do amor dos entes nossos!