domingo, 2 de agosto de 2015

BANCO DE PRAÇA

Caminhando com breves passos o sol te ilumina
O pássaro passa rasante sem saber da tua sina
Ele senta na praça e o vento toca seu rosto áspero
Olha para o movimento das folhas e lembra de tudo que foi efêmero

Parado ali, em toda sua solitude uma estranha paz te abraça
Toda leveza e tranquilidade resumidos em um banco de praça
Lembra de tempos saudosos onde tudo era possível
Agora a realidade do tempo ataca e percebe o quanto há na vida de inverossímil

Cabisbaixo uma lágrima corre, carregando todo peso existencial
Pássaros comem o grão jogado. Porque tudo ainda parece tão trivial?
Cabelos grisalhos condenam sua idade, cada fio caído uma fração do tempo
Os olhos atacam o horizonte! Milho para os pombos seu único passatempo

Regressa ao nicho, um copo de pinga aguarda pelo trago
Aguardente queima e atinge o sistema nervoso; tranquilo e amargo
Vênus de Holst toca em sua vitrola
Os olhos lentamente se fecham, toda uma vida guardada apenas na cachola

Seu último descanso é a sete palmos do chão
Todos se abraçam em uma última comunhão
Delicioso banquete para os vermes e no fim só poeira e ossos
Aqui jaz toda ínfima importância do "ser", nada além do amor dos entes nossos!

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